Farroupilhense Absolvido: Mistério e Tragédia no Caso dos Idosos em Rolante
Na noite desta sexta-feira, 13 de dezembro, a comunidade de Rolante foi tomada pela curiosidade e tensão ao receber a notícia de que Ronaldo Behenck Justo, natural de Farroupilha, havia sido absolvido de todas as acusações no júri popular sobre o sequestro e morte dos idosos Lonia Gabe, 67 anos, e Antônio Celestino Lummertz, 59. Advogado de Ronaldo, Carlos Alberto Sandoval confirmou à Spaço FM que o réu foi inocentado de cárcere privado e formação de quadrilha, encerrando um julgamento que durou dois dias em Taquara.
O drama começou na noite de 2 de fevereiro de 2014, quando Lonia e Lummertz, residentes em um sítio em Vale do Sol, desapareceram sem deixar rastros. A polícia foi alertada sobre o sumiço na manhã seguinte, e logo as buscas começaram. A pista inicial levou à descoberta macabra em Rolante, onde as vítimas foram encontradas mantidas em cárcere privado por cinco dias antes de serem estranguladas e queimadas. Peças do carro do casal, anéis, e até mesmo o componente da perna mecânica usada por Lummertz foram encontrados enterrados no pátio da casa onde estavam presos.
A Motivação Oculta
O que parecia ser um crime isolado ganhou contornos ainda mais sombrios quando surgiram indícios de uma trama bem mais elaborada. Marli Machado Martins, identificada como mandante do crime, teve uma motivação aterrorizante: herdar o dinheiro do seguro de vida do marido, avaliado em R$ 200 mil. As provas apontam que o casal foi sequestrado para encobrir um homicídio ocorrido em 1999, onde Lummertz havia testemunhado contra Marli em Torres. Desesperada para se livrar da condenação, ela orquestrou um plano macabro para forjar provas que a inocentassem, incluindo uma carta escrita pelo próprio Lummertz, onde ele assumia a culpa pelo homicídio. A carta, posteriormente gravada em vídeo e reconhecida em um tabelionato sob coação, foi uma tentativa desesperada de Marli de fugir da justiça.
Durante os cinco dias em cativeiro, Lummertz foi obrigado a encenar um ato de livre arbítrio que nunca aconteceu. O cenário montado em sua própria casa em Rolante revelou-se uma armadilha de horror onde ele foi forçado a assinar documentos sob pressão e gravar um vídeo que o incriminaria. Este ato desesperado não apenas causou sua morte brutal como também expôs uma trama sinistra de manipulação e medo, onde Marli e seu grupo procuraram encobrir o assassinato que já havia cometido.
O Desfecho Parcial
Enquanto Ronaldo Behenck Justo e outros três réus foram absolvidos, Marli e seu parceiro Valdir Ribeiro de Carvalho foram condenados. A decisão do júri popular não trouxe respostas definitivas para a comunidade, que ainda espera por justiça plena após mais de uma década do crime. O caso que chocou a região de Rolante e cidades vizinhas continua a assombrar os habitantes, enquanto a justiça, lenta e incompleta, deixa um rastro de perguntas não respondidas.
Com o final do julgamento, a história de horror e desespero que envolveu o sequestro e morte do casal permanece como um enigma, à espera de mais respostas e da punição dos culpados. A comunidade ainda clama por respostas definitivas enquanto o tempo avança, e os ecos desse crime sinistro continuam a reverberar.
Por: Cassiano Justo
Imagem: Divulgação
Créditos: Spaço FM